Você já deve ter ouvido falar na expressão “palco italiano”, mas sabe de onde surgiu? Na virada do século XV para o século XVI, no chamado Renascimento Italiano, o homem passa a ocupar, filosoficamente, o centro do universo, as artes não ficam aquém dos avanços científicos e surge (a hoje tão difundida) noção de perspectiva, norteando a pintura.
Para um novo tempo, um novo modelo de espaço teatral, diferente do greco-romano vigente à época, se fez necessário. A ideia de ponto de fuga e da perspectiva transcenderam o campo das artes plásticas e chegaram ao teatro (dramatúrgica e espacialmente), havendo, assim, a elaboração de um espaço que tentava estabelecer para a cena teatral um olhar único. O teatro, a partir do nascimento do palco italiano, passa a ser pensado como uma fatia de realidade possível de ser observada pelo buraco de uma fechadura.
Dessa forma, por volta de 1630, é inaugurado, em Veneza, o primeiro teatro público de ópera nesses novos moldes. Dentre as inúmeras revoluções técnicas e artísticas, pela primeira vez são vistos boca de cena arredondada, cortina e luzes na ribalta, telões pintados que permitiam efeitos de perspectiva e maquinaria que criava efeitos especiais.
Tendo como maior característica a disposição frontal de palco/plateia, o teatro italiano é, ainda nos dias de hoje, o mais utilizado no teatro ocidental. Além dessa disposição frontal, outros elementos caracterizam o palco italiano: palco delimitado pela boca de cena e cortina – e consequente “quarta parede” –, além da presença da caixa cênica com urdimento, coxias e varandas.
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