quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

QUEM QUER "FAZ DE CONTA"???

Está cada vez mais difícil convencer as crianças, que cheias de informação e mergulhadas num oceano de tecnologia, se distanciam mais e mais das brincadeiras de faz de conta. Hoje entretê-las com a magia de uma história não é tarefa das mais fáceis. Antenadas nas novidades tecnológicas, são poucas às que se deixam seduzir por um pouco de fantasia. Mas no fundo, toda criança, ainda que sozinha em seu quarto, brinca de casinha, conversa com a boneca, e se menino, pilota velozmente o seu carrinho.

Mas a criança de hoje em dia, gosta ou não gosta do faz de conta? Hoje e sempre. Criança que é criança, sempre vai viajar na fantasia de uma bela história. Talvez, a maneira de se colocar, ou de transmitir o seu faz de conta, é que seja o grande problema, principalmente em alguns espetáculos infantis, que ainda insistem em tratar criança como um ser não pensante e, ao invés de levar magia e fantasia, as aborrecem, que incomodadas em suas cadeiras, não param quietas e não viajam no faz de conta.

Fazer a realidade parecer uma fantasia e usar elementos de conhecimento da criança, devem ser levados em consideração na hora de escrever uma história, e a construção de uma história que estimule a perspicácia da criança, ou que a coloque em posição de igualdade com a personagem, pode facilitar a aceitação e o seu embarque no seu faz de conta. Essa brincadeira com o imaginário deve sempre ser estimulada.

Mesmo que a criança se mostre reticente quanto a se envolver no faz de conta, ás vezes por conta de outras crianças, ou por querer se mostrar mais crescida do que já é, atores e atrizes precisam usar de todo os seus talentos para chamar a atenção da criança e fazê-la se envolver na magia e na fantasia. Quem faz de conta que interpreta, não consegue convencer a criança de como é bom brincar de faz de conta.

Mais e mais fica claro que tratar criança de qualquer jeito, não faz sucesso e nem dá ibope. Criança quer se sentir importante e, de fato, ela é importante. E quando você consegue trazer a criança para viajar no mundo da magia, da fantasia, do faz de conta, você encontra a verdadeira pureza do que é ser criança, tanto, que até você se esquece de seus padrões de comportamento e também embarca de corpo e alma na brincadeira.

Então, se você quer saber quem quer faz de conta? Eu lhe digo: Toda criança quer faz de conta, mesmo que muitas sempre insistam em não querer. E quem faz de conta que criança não dá importância às brincadeiras de faz de conta, nem imagina o que está perdendo. Pois, mesmo com toda informação e toda a dificuldade em convencer uma criança a embarcar numa boa e velha viagem do faz de conta, quem tenta, saberá o quanto esse esforço, vale a pena.


Escrito por: Paulo Sacaldassy - http://oficinadeteatro.com/component/content/article/378

domingo, 23 de janeiro de 2011

INSCRIÇÃO PARA O FLORIPA TEATRO 2011


A Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC) está recebendo desde terça-feira (18/01) inscrições para o 18º Floripa Teatro – Festival Isnard Azevedo. O evento, que é considerado um dos mais importantes festivais de teatro do Brasil, será realizado de 7 a 16 de outubro de 2011, abrangendo espetáculos em diversas linguagens, sem caráter competitivo, com apresentações gratuitas em vários pontos da cidade. Em 2010, o festival reuniu 35 grupos de oito estados brasileiros, atraindo cerca de 40 mil espectadores.
As inscrições para o Floripa Teatro 2011 podem ser feitas até dia 18 de março na sede da Fundação Franklin Cascaes, à Rua Antônio Luz nº 260, no Centro, no horário das 14h às 18h, ou por meio de Sedex, sendo validado apenas o material que estiver com a data de postagem dentro do prazo. O regulamento completo e a ficha de inscrição podem ser baixados no site da Fundação Franklin Cascaes (http://portal.pmf.sc.gov.br/entidades/franklincascaes).
Este ano, além dos espetáculos de teatro adulto, infanto-juvenil, de rua e animação, o edital de seleção também abrange peças de circo-teatro e teatro-musical. Os espetáculos inscritos serão selecionados com base na relevância artística dos grupos; diversidade de linguagem proposta dentro da encenação e sua originalidade; excelência artística da obra; e disponibilidade na grade de programação. As companhias teatrais selecionadas poderão realizar até dez apresentações em espaços a serem definidos pela comissão organizadora.
A programação do 18º Floripa Teatro inclui apresentações nos teatros Álvaro de Carvalho, Governador Pedro Ivo e União Beneficente Recreativa Operária (UBRO), Casa de Teatro Armação, Centro de Eventos da UFSC e também em locais alternativos (lonas, escolas, praças e centros comunitários). A proposta do Festival Isnard Azevedo é apresentar um panorama do teatro brasileiro contemporâneo através de espetáculos com diferentes linguagens.
O evento visa ainda fortalecer a troca de experiências entre os participantes, incentivando o aprimoramento profissional e as iniciativas de teatro de grupo, além de apoiar a circulação das companhias teatrais pelo Brasil, contribuindo para a formação de plateias.

Serviço:

O quê: Inscrições para o 18º Floripa Teatro – Festival Isnard Azevedo

Quando: de 18 de janeiro a 18 de março de 2011

Onde: Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC)
            Rua Antônio Luz nº 260 – Centro
            CEP. 88.010-410
            (48) 3324-1415

Quanto: gratuito

INSCRIÇÕES PARA 9º FESTIVAL DE TEATRO DO RIO

FESTIVAL DE TEATRO CIDADE DO RIO DE JANEIRO - 9ª EDIÇÃO
Local: Teatro Princesa Isabel
Av. Princesa Isabel, 186 – Copacabana.
Data: 01 a 29 de maio de 2011
12 espetáculos direcionados ao público adulto.
8 espetáculos direcionados ao público infantil.
Inscrições: http://teatrofest.com
Inf: teatrofest@teatrofest.com
PREMIAÇÃO: Será realizada no dia 01 de junho de 2011 às 21h, no Teatro Princesa Isabel. Através de uma grande solenidade serão premiados os melhores nas seguintes categorias: Melhor montagem, direção, ator, atriz, ator e atriz coadjuvante, cenografia, figurinos, iluminação e produção. As premiações ocorrerão tanto para os espetáculos direcionados ao público adulto quanto ao infantil. Todos receberão troféus e as melhores montagens (adulto e infantil) ganharão o direito de ocupar o Teatro Princesa Isabel durante um mês.
TEATRO DE RUEIROS
Mostra de Teatro de Rua em Territórios de Paz
Local: Chapéu Mangueira/Babilônia, Tabajara/Cabrito, Santa Marta, Cantagalo/Pavão Pavãozinho, Rocinha, Cidade de Deus, Complexo do Alemão, Complexo da Penha.
Data: 1 a 29 de maio de 2011.
Apresentações de micros espetáculos e intervenções cênicas de companhias e grupos de todo país.
Inscrições: http://teatrofest.com
Inf: teatrofest@teatrofest.com

A ORIGEM DO APLAUSO



O ato de bater as palmas das mãos em sinal de aprovação tem origem desconhecida, mas existe há pelo menos 3 000 anos. Nessa época, o gesto era essencialmente religioso, popularizado em rituais pagãos de diversos povos como um barulho destinado a chamar a atenção dos deuses. No teatro clássico grego, tornou-se, então, a forma pela qual os artistas pediam à platéia que invocasse os espíritos protetores das artes. O costume chegou ao Império Romano, onde passou a ser comum nos discursos políticos. Preocupado com a repercussão de suas aparições públicas, o imperador Nero carregava uma claque com mais de 5 000 soldados e cavaleiros. Dali, o costume espalhou-se para o resto do mundo. Nos séculos XVIII e XIX, quase todos os teatros de Paris contratavam pessoas que tinham uma única função na platéia: aplaudir. O truque continua utilizado até hoje pelas emissoras de TV, especialmente em programas de auditório. Agora, bater palmas para marcar o ritmo de uma música é provavelmente um costume muito mais antigo.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O ATOR


Por mais que as cruentas e inglórias batalhas do cotidiano tornem um homem duro ou cínico o bastante para fazê-lo indiferente às desgraças e alegrias coletivas, sempre haverá no seu coração, por minúsculo que seja, um recanto suave no qual ele guarda ecos dos sons de algum momento de amor que viveu em sua vida.

Bendito seja quem souber dirigir-se a esse homem que se deixou endurecer, de forma a atingi-lo no pequeno núcleo macio de sua sensibilidade, e por aí despertá-lo, tirá-lo da apatia, essa grotesca forma de autodestruição a que, por desencanto ou medo, se sujeita, e por aí inquietá-lo e comovê-lo para as lutas comuns da libertação.

Os atores têm esse dom. Eles têm o talento de atingir as pessoas nos pontos nos quais não existem defesas. Os atores, eles, e não os diretores e os autores, têm esse dom. Por isso o artista do teatro é o ator.

O público vai ao teatro por causa dos atores. O autor de teatro é bom na medida em que escreve peças que dão margem a grandes interpretações dos atores. Mas, o ator tem que se conscientizar de que é um cristo da humanidade e que seu talento é muito mais uma condenação do que uma dádiva. O ator tem que saber que, para ser um ator de verdade, vai ter que fazer mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios. É preciso que o ator tenha muita coragem, muita humildade, e sobretudo um transbordamento de amor fraterno para abdicar da própria personalidade em favor da personalidade de seus personagens, com a única finalidade de fazer a sociedade entender que o ser humano não tem instintos e sensibilidade padronizados, como os hipócritas com seus códigos de ética pretendem.

Eu amo os atores nas suas alucinantes variações de humor, nas suas crises de euforia ou depressão. Amo o ator no desespero de sua insegurança, quando ele, como viajor solitário, sem a bússola da fé ou da ideologia, é obrigado a vagar pelos labirintos de sua mente, procurando no seu mais secreto íntimo afinidades com as distorções de caráter que seu personagem tem. E amo muito mais o ator quando, depois de tantos martírios, surge no palco com segurança, emprestando seu corpo, sua voz, sua alma, sua sensibilidade para expor sem nenhuma reserva toda a fragilidade do ser humano reprimido, violentado. Eu amo o ator que se empresta inteiro para expor para a platéia os aleijões da alma humana, com a única finalidade de que seu público se compreenda, se fortaleça e caminhe no rumo de um mundo melhor, que tem que ser construído pela harmonia e pelo amor. Eu amo os atores que sabem que a única recompensa que podem ter – não é o dinheiro, não são os aplausos - é a esperança de poder rir todos os risos e chorar todos os prantos. Eu amo os atores que sabem que no palco cada palavra e cada gesto são efêmeros e que nada registra nem documenta sua grandeza. Amo os atores e por eles amo o teatro e sei que é por eles que o teatro é eterno e que jamais será superado por qualquer arte que tenha que se valer da técnica mecânica. (Plínio Marcos - 1986)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

ORAÇÃO DO TEATRO

Ó meu Deus! Ator Onipotente, Criador do maior espetáculo, o Universo, ouvi-me nesta prece de amor! Dai-me a perseverança, a paciência, a dignidade e o amor ao próximo, para que meu espectador possa me suportar com paciência, com dignidade e com amor! Fazei com que eu viva o meu papel, sem distanciar-me de Vós! Fazei com que a minha personalidade não se deixe influenciar pelo meu personagem, mas, que eu possa colher dele, toda a vivência, todo vigor, toda força e magnitude! Que eu transforme a realidade em uma nova realidade, que eu recrie a obra de arte, com toda força interior e que eu colha do meu trabalho, toda Justiça, toda Fortaleza, toda Grandeza e todo Amor! Fazei com que as luzes dos refletores se tornem luzes divinas a iluminar todos os Atos da minha vida! Para que eu faça do palco um altar, sempre na intenção de O respeitar, dignificar, amar e o venerar... Que cada apresentação seja para mim, um Ato de Fé! Que cada apresentação, seja um sacrifício de Glória e Sucesso! Para que eu envelheça, crescendo na representação e represente crescendo na velhice, sempre trabalhando, sempre emocionando e sempre glorificando! Enfim, para que quando eu não mais existir, a minha situação aqui na Terra, não tenha sido em vão, e quando cair o pano, no ato final, todos aqueles que conviveram comigo, possam aplaudir-me, gritando: Bravo!Bravo! E assim, eu possa agradar ao Maior Diretor Universal: DEUS....

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A ORIGEM DO TEATRO



Iniciemos dizendo que o teatro sempre esteve presente no contexto das representações religiosas das mais antigas civilizações, quer ocidentais, quer orientais.
Na Índia, desde o século XVI a.C., atribuía-se a paternidade do teatro litúrgico a Brama. O budismo instituiu, na China antiga, um verdadeiro teatro religioso. O Egito realizava um teatro cujos temas centrais eram a ressurreição de Osíris e a morte de Hórus.
Nos tempos pré-helênicos, os cretenses já celebravam seus mitos em teatros, dos quais as escavações em Knossos dão testemunho, remontando ao século XIX a.C.
Até os fins do século VI e início do V a.C., historicamente, temos o teatro litúrgico, cujo escopo era atestar a imortalidade da alma; isto inclusive, na própria Grécia.
Este teatro litúrgico era praticado na Hélade como principal elemento da religião dos mistérios, da crença esotérica na imortalidade da alma e na existência de uma vida pós-tumular. Ligava-se ao culto de Perséfone, a filha de Deméter, que, raptada pelo Deus infernal, Hades, lançou a mãe em desespero absoluto. A paixão de Deméter, senhora dos campos, causou esterilidade das sementes, desastres nas colheitas, os animais morriam de peste, as mulheres abortavam. Deméter, alucinada de dor pelo desaparecimento de sua filha adolescente, convidada para um banquete sacrílego, não se apercebe da afronta que Tântalo propõe aos Imortais, e pratica, inadvertidamente, uma das raras ações antropofágicas da mitologia grega. Por este insulto, estaria condenado o clã dos Atridas às ações trágicas, que culminariam no ódio aberrante de Electra por sua mãe.
Pois bem, para que céus e terra, olímpicos e etonianos pudessem voltar a uma convivência equilibrada, negociaram a mãe e o raptor, que a jovem deusa Perséfone passaria seis meses do ano nas profundezas infernais, reinando como soberana ao lado de Hades, seu marido. Nos outros seis meses, retornaria à companhia de sua mãe. O primeiro período corresponderia aos meses de outono e inverno, em que a natureza fenece e não há colheita. O segundo, quando os campos florescem e a natureza festeja a sua pujança, seria o período de primavera-verão, destinado, todavia, ao ciclo intermitente das estações, como que lembrando que todo retorno é já uma nova partida. A Perséfone que vem de encontro à mãe já não é a adolescente púbere que Deméter conhecia, mas a mulher transformada pelo encontro com Eros, nos braços de Tânatos, outro nome do próprio Hades.
Esse enredo mítico era celebrado, anualmente, como o ‘drama do retorno’, realizado em três partes: rapto de Perséfone, paixão de Deméter; e retorno de Perséfone. Realizado em locais de culto, por iniciados e postulantes, e em consonância ao que determinavam os rituais mistéricos e seus sacerdotes, tratava-se de dramaturgia eminentemente religiosa.
O teatro surge como novidade artística, na Grécia do século V a.C., trazendo normas estéticas, temas e convenções próprias. Segundo Aristóteles (384-322 a. C.), as principais formas dramáticas então conhecidas, a tragédia e a comédia , evoluíram, respectivamente, do ditirambo e das canções fálicas. O passo decisivo para a fixação e evolução desse teatro foi, sem dúvida, a instituição do Estado dos concursos públicos, em 534 a. C. , o que coincide com a estabilização do governo democrático em Atenas. A regulamentação dos concursos exigia a inscrição, por candidato, de três tragédias e um drama satírico. As cerca de trinta peças que sobreviveram de mais de mil escritas só no século V, são, ao lado da obra teórica de Aristóteles, infelizmente fragmentada, os principais documentos que temos para embasar nosso conhecimento do que foi o tetro grego. Essas peças pertencem a três tragediógrafos, Ésquilo (525-456 a. C.), Sófocles (496-406 a. C.) e Eurípedes (484-406 a. C.), e a um comediógrafo, Aristófanes (448?-380? a. C.).
Os concursos dramáticos aconteciam durante três festivais que eram organizados anualmente em honra ao deus Dionísio. Eram eles o de Lenaia, a dionísia rural e a dionísia urbana. A administração desses festivais ficava a cargo de um arconte, o principal magistrado civil de Atenas. O custo da produção era dividido entre o Estado, responsável pela manutenção do teatro, pelo pagamento do coro e dos prêmios, e os coregos, espécie de mecenas da época, escolhidos entre os poderosos da cidade, que subvencionavam os atores, os cenários e os figurinos. Cada concurso comportava três concorrentes trágicos e cinco cômicos. Os prêmios eram destinados aos poetas e, mais tarde, também aos atores e coregos. Não é conhecido, porém critério que estabelecia quem concorria a premiação.
A presença de um coro, dominante na obra de Ésquilo e substancialmente reduzido na de Eurípedes, foi contudo, uma constante no teatro grego. As funções do coro foram muitas, desde agente da ação, em Ésquilo, a modelo ético e padrão social. Chamado de o espectador ideal pela crítica do século XX, o coro permite, ainda, a criação de atmosferas, acrescenta música e movimento ao espetáculo, além de possibilitar convencionais passagens de tempo.
Os efeitos visuais de espetáculo grego ficavam por conta da indumentária e do uso da máscara. Um sapato de solado exageradamente alto, chamado coturno, era supostamente usado. Tal tipo de calçado elevaria a estatura do ator e ajudaria projetar a figura.
A arquitetura do teatro grego era estruturada em dois segmentos separados, o ” théatron” e a ” skené” , ligados pela ” orchéstra” . A lotação completa de um auditório era cerca de 20 mil pessoas, mais ou menos 10% da população da Ática no século V.
A vitalidade do teatro grego decaiu após o século I d. C. . Com a supremacia de Roma em toda a parte oriental do Mediterrâneo, os modelos da cultura grega foram, gradativamente, sendo substituídos. As marcas do teatro grego, contudo, se fazem sentir hoje no melhor do teatro do Ocidente.
Vocabulário
- Osíris: é o único entre os deuses egípcios que tem um “destino”, núcleo do seu ser e em cujo centro está a morte.
- Hórus: “criança divina”. Hórus é também o “herói” divino como guerreiro e caçador crescido
- Perséfone: deusa dos infernos e companheira de Hades
- Deméter: pertence à segunda geração divina, a dos Olímpicos. É filha de Crono e Réia. Divindade da terra cultivada, ensinou aos homens a arte de semear e colher o trigo, de fabricar o pão. É chamada a deusa mãe, ou a Grande Mãe
- Hades: deus dos mortos, filho de Crono e Réia, teve o mundo subterrâneo. Tinha sido engolido por Crono, seu pai, e depois rejeitado.
- Tântalo: filho de Zeus, reinava na Lídia, sobre o Monte Sípilo. Rico e amado pelos deuses, que o admitiam em seus festins, era amado também pelos mortais.
- Electra: filha de Oceano e de Tétis, foi casada com Taumas e mãe de Íris, a mensageira dos deuses, e de duas Harpias.
- Tragédia: A tradição atribui a Téspis a criação da primeira tragédia. Quanto a sua origem, aceitemos a opinião de Aristóteles de que a tragédia provém do ditirambo. Os conceitos de Aristóteles sobre o fenômeno trágico, a despeito de terem sido os primeiros, permanecem íntegros até hoje, ponto de referência obrigatório, aliás, para qualquer discussão sobre a matéria. Entre esses conceitos, destaque-se o de ação*, o de imitação* e o de catarsis*. Aristóteles diz que ” a tragédia é a imitação de uma ação importante e completa, de certa extensão; num estilo tornado agradável pelo emprego separado de cada uma de suas formas, segundo as partes; ação apresentada, não com a ajuda de uma narrativa, mas por atores, e que suscitando a compaixão e o terror, tem por efeito obter a purgação dessas emoções” (Poética cap.VI).
A base sobre a qual evoluiu o sentido do trágico, em qualquer época ou cultura, pode, finalmente, ser definida como a consciência da atitude íntegra e corajosa do homem
Face à derrota causada pela sua própria limitação diante de forças que lhe são superiores.
- Imitação*: para Aristóteles, a imitação é algo instintivo ao homem. Assim sendo, este se expressa artisticamente reproduzindo a realidade que o cerca, ou seja, “imitando” essa realidade através de um processo de representação. A imitação, segundo Aristóteles, é um princípio comum a todas as artes, poesia, música, dança, pintura ou escultura. As diferenças que essas artes apresentam são, pois, de natureza formal, e podem ser quanto ao meio empregado para imitar, quanto ao objeto imitado ou ao modo de imitação.
- Ação*: por ação, consideremos, como Hegel (1770-1831), ” a vontade humana que persegue seus objetivos ” (parafraseado por Renata Pallottini em Introdução à Dramaturgia, p. 16)
- Catarsis*: termo empregado por Aristóteles para definir a finalidade última da tragédia como sendo a purgação ou purificação das emoções de terror e compaixão. A complexidade de determinar um significado preciso para tal conceito está relacionada tanto a problemas de tradução quanto a problemas de interpretação. Catársis, em grego, na verdade pode significar tanto ” purgação” , no sentido médico de limpeza do corpo, como ” purificação”, no sentido religioso de limpeza de espírito.
- Comédia: uma das formas principais do drama, que enfatiza a crítica e a correção através da deformação e do ridículo. O efeito principal é provocar o riso. Historicamente, as raízes dacomédia se perdem em períodos pré-documentados. A indicação mais precisa é dada por Aristóteles, de que a comédia resulta de cantos fálicos entoados em honra ao deus Dionísio (cap. IV da Poética)
- Ditirambo: forma pré-dramática pertencente ao teatro grego. Consistia em poesia lírica escrita para ser cantada por um coro de cinqüenta membros em cerimônias em homenagem ao deus Dionísio. O líder desse coro, ou corifeu, com a evolução do gênero, transformou-se num solista, ou, mais especificamente, no protagonista, e o diálogo que se estabeleceu entre ele e os demais membros do coro parece Ter sido, segundo diversos teóricos, entre os quais Aristóteles, uma das fontes da tragédia.
- Drama Satírico: no teatro grego, tipo de peça burlesca que era apresentada após a trilogia trágica. Nos dramas satíricos, um personagem central, geralmente um dos heróis trágicos vistos na trilogia precedente, era caricaturado numa situação ridícula qualquer. O comentário crítico era feito por um coro vestido de sátiros, os personagens mitológicos meio-homem, meio-cavalo que formavam a corte de Dionísio. Os dramas satíricos eram escritos pelo mesmo autor da trilogia, como parte integrante do concurso trágico. A linguagem verbal desses dramas era, em geral, licenciosa, e a gestual, verdadeiramente indecente.
- Arconte: no teatro grego, o principal magistrado civil de Atenas, responsável pela administração dos festivais dos festivais em que eram realizados anualmente os concursos dramáticos.
Coro: a principal característica do coro é falar ou cantar em uníssono. O coro aparece pela primeira vez no teatro grego, originário das festividades comunais, báquicas ou dionisíacas. O coro no teatro representa, em suas origens esse sentimento do coletivo que deu início à manifestação teatral na Grécia.
- Corego: as despesas com a produção de um espetáculo no teatro grego eram divididas entre o Estado, responsável pela manutenção dos teatros, premiação e pagamento dos atores, e o corego, responsável pelas despesas relativas ao coro, músicos, figurinos e adereços. O corego era um dos cidadãos de posses da comunidade.
- Indumentária: em termos gerais, a arte do vestuário em relação a épocas e povos. Em teatro, os trajes usados pelos pelos personagens das peças.
- Máscara: possivelmente , o mais simbólico elemento de linguagem cênica através de toda história do teatro. Seu uso, provavelmente, remonta à representação de cabeça de animais em rituais primitivos, quando ou o objeto em si ou o personagem que o usava representavam algum misterioso poder. No teatro grego a máscara foi utilizada tanto na tragédia como na comédia, atendendo a várias funções: diferenciar sexo e idade; permitir a execução de mais de um papel pelo mesmo ator; e segundo alguns teóricos, ampliar o som da voz humana numa espécie de caixa acústica.
- Coturno: calçado de solado alto, de aproximadamente 20 a 30 centímetros de altura, supostamente usado pelo ator trágico no teatro grego. A função desse tipo de calçado era elevar a estatura do ator, projetando-lhe a figura, o que se fazia necessário diante das enormes dimensões dos teatros.
- Théatron: Palavra grega para denominar o auditório dos antigos teatros. Literalmente significa ” lugar de onde se vê” .
- Skéne: o antigo teatro grego era constituído por duas unidades arquitetônicas separadas, o “théatron” e a “skené”, ligadas pela “orchéstra”. Literalmente, do grego, skené significa “tenda, barraca”, e originalmente o termo referia-se ao local onde os atores se vestiam.
Bibliografia:
1 – Teatro Grego: Tragédia & Comédia
Junito Brandão de Souza
Editora Vozes,1985
2 – O Teatro Através da História – volume I
Carlinda Fragale Pate Nuñez
CCBB, 1994
3 – Dicionário de Teatro
Luiz Paulo Vasconcellos
L & PM Editores, 1987
4 – Dicionário de Mitologia Grega
Ruth Guimarães
Editora Cultrix, 1998
5 – Dicionário de Simbologia
Manfred Lurker
Editora Martins Fontes, 1997

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Você sabe o que é GALHARUFA??!


Essa semana me perguntaram se eu sabia o que era "galharufa" e onde podia ser encontrada. Bem, faz tempo que eu não ouvia essa palavra, também pudera, iniciei como ator há quase 13 anos atrás...

Bem, "galharufa" é um objeto inexistente, que se costuma exigir dos atores iniciantes como um trote, ou um ritual de iniciação, de passagem de “você achar que é um(a) ator/atriz”, para “ser de fato um(a) ator/atriz”. Você ganha uma galharufa sempre que você se supera. Quando num instante decisivo, você realmente “atua".

Então, da próxima vez que alguém pedir que você leve uma "galharufa" na aula, ou compre uma, já sabe, é apenas uma brincadeira como um trote de faculdade, só que mais divertido!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

ESCOLA DE ATORES WOLF MAYA ABRE PROCESSO SELETIVO 2011

Oi Pessoal, 


A Escola de Atores Wolf Maya está com as inscrições Abertas para o Processo Seletivo 2011.

As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas até o dia 18 de Janeiro. 

Vocês terão a oportunidade de estudar com professores como André Garolli, Brian Penido, Sandra Corveloni e diversos outros profissionais conhecidos no palco cultural. 

No ultimo ano a escola contou com a presença de Malvino Salvador, Marjorie Estiano (ambos ex-alunos da escola) e Dan Stulbach em palestras exclusivas aos alunos.

A escola também oferece oportunidades no mercado de trabalho e conta com o apoio de uma agência de atores onde os alunos podem solicitar o serviço de agenciamento. 

Quem estiver interessado basta entrar em contato.

Ou acesse o site: http://www.escoladeatoreswolfmaya.com.br/ 

ESCOLA DE ATORES WOLF MAYA

Rua Frei Caneca, 569 - Lj 401 A - 3º Piso 

São Paulo / SP CEP 01307-001

Fones (11) 3472-2424 / (11) 3545-4274

http://www.escoladeatoreswolfmaya.com.br/

Cel.: 81525243 / 80760979

Skype: juh.ninhocriacao

Portfólio: http://www.arenadecriacao.com/ 

Blog:  http://juhninho.wordpress.com/  

Flickr:  http://www.flickr.com/juhninho

Twitter:  http://www.twitter.com/juhninho

Twitpic:   http://www.twitpic.com/photos/juhninho 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

DICAS DE MAQUIAGEM

A maquiagem é sempre muito importante para as mulheres, e isso é considerado parte fundamental pra qualquer uma, especialmente quando vão a ocasiões especiais, a maquiagem sempre ajuda a dar uma aparência mais avantajada. Sendo assim há algumas dicas para que você possa realizar uma boa maquiagem e conseguir êxito na utilização da mesma. Para quem não tem muita experiência só contando com a internet, ela oferece muitas dicas interessantes!

Estive pesquisando mais a respeito do assunto e encontrei um site bem legal para que você possa aprender a fazer as suas maquiagens, dando ênfase para a parte dos olhos que é muito importante, acesse: http://lucianaweb.com/blog/beleza-e-saude/dicas-para-maquiar-os-olhos/



No teatro, maquiagem é fundamental em algumas peças, compondo junto com o figurino e o cenário, o próprio personagem em algumas vezes.


Aqui mesmo no blog já colocamos vídeos com dicas de maquiagem cênica. Para quem estiver interessado, basta dar uma olhada nas matérias anteriores.

A ORIGEM DA EXPRESSÃO "MERDA" NO TEATRO

Quem vive no mundo do teatro, dificilmente não fala merda antes de entrar no palco. O que muitos não sabem, sejam aqueles que utilizam a expressão ou aqueles que por ventura as ouvem, é que desconhecem a origem da expressão.
A expressão “merda” usada no teatro surgiu na França. Um ator iria apresentar a peça mais importante de sua vida, estava nervosíssimo, pois na platéia estariam os mais importantes críticos da cidade. No percurso de sua casa ao teatro encontrou muitos obstáculos. Primeiro, deparou-se com um incêndio, teve que desviar e acabou se perdendo. Como quem tem “boca vai a Roma”, conseguiu chegar ao teatro. Na porta do teatro para completar suas asneiras, pisou em um cocô. Entrou, atuou e saiu muito feliz com a melhor atuação de sua vida.
Assim, a expressão “merda” tem o mesmo significado de boa sorte e é sempre usada antes das apresentações. Lembrando que, nunca se deve agradecer com obrigado ou de nada quando alguém lhe desejar “merda”, deve responder apenas “merda” ou ficar calado.
Portanto, merda a todos.



Daniel Burgos
Professor de língua portuguesa e espanhola, especializando em literatura mato-grossense.
Trabalha no projeto “teatro encena” da escola Ramon Sanches Marques
Daniel Burgos
Publicado no Recanto das Letras em 19/04/2008



OUTRA TESE PARA “MERDA”:
Para quem não sabe: MUITA MERDA PRA VOCÊ! Ou apenas Merda! É assim que os atores e personas do mundo teatral desejam sorte um para o outro. Por mais que seja engraçada essa forma de querer o bem, esta frase, nascida na França de Molière, o berço do teatro moderno, vem sendo repetida a séculos por todo o mundo. Sua conotação de bonância partiu da grande quantidade de escrementos deixada pelos equinos que puxavam as carruagens que por sua vez levavam os nobres para apreciar os espetáculos teatrais, e quanto mais carruagens nos estacionamentos perante ao teatro, mais merda espalhada ao final do espetáculo e desse modo a enorme quantidade da mesma representava o quanto foi concorrido o evento daquela noite. Ao passar do tempo, a cada início de temporada o mais esperado entre os artistas envolvidos era exatamente “muita merda” espalhada por todo o redor do teatro, e assim foi se criando o hábito de desejar: MERDA! Se assim é, desejamos aqui para nossa nova coluna dedicada ao teatro exatamente isso, MERDA! aprenderam?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

EDITAIS FUNDOS PROCULTURA

INSCRIÇÕES PRORROGADAS ATÉ 10 DE JANEIRO DE 2011


Estão abertas as inscrições para 15 editais do Programa ProCultura. Lançados em outubro de 2010 pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura e da Funarte, os processos de seleção contemplam, entre outras áreas, circo, dança, teatro, artes visuais e música. A previsão é que até o final de novembro novos editais sejam divulgados.
Ao todo, serão aplicados R$ 300 milhões em oito fundos setoriais: Acesso e Diversidade; Ações Transversais e Equalização de Políticas Culturais; Artes Visuais; Circo, Dança e Teatro; Incentivo à Inovação Audiovisual; Livro, Leitura, Literatura e Língua Portuguesa; Música; Patrimônio e Memória.
Os editais de artes cênicas, artes visuais e música contam com investimento total de R$ 48 milhões. Os recursos são do Fundo Nacional da Cultura (FNC), constituído de verbas destinadas exclusivamente à execução de programas, projetos ou ações culturais.
Para saber mais e fazer o download dos arquivos, acesse os links abaixo: