terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O ATOR NÃO É UM FINGIDOR...



Ator não é um fingidor. Mentiroso profissional??? Ah! Todos somos todos os dias.

Mentimos estar, ser ou não ser. Mentimos descaradamente e em silêncio. Isso não é bom ou ruim, certo ou errado. É - simplesmente - a maneira que cada um encontra de continuar a caminhada. Eu escolho o palco, outros suas mesas ou palanques. Alguns suas roupas e acessórios necessários, certos fingem um status quo . Quo Vadis? Retrum. Retrum.

O ator vive o céu e o inferno, como cada um de nós. Só o ator representa no palco? Por favor - A vida
é um palco. Não me venham com essa de que "emprestamos" nossas emoções para fingirmos ser o que não somos. Somos ou não seríamos atores. Ator que "mente" uma emoção, que "finge" um sentimento deveria ser tomatizado (do substantivo "tomate" mesmo).

A arte de fingir é a arte de todos nós. Somos parceiros num grande globo de atores. Globo da morte ou vida. Escolho a vida e morro a cada personagem que digo "adeus". Morro um pouco hoje, com minha última paspalhada , terminada ontem num teatro com "H" .

Minha função é apontar a zona federal que somos todos. Jogar os dardos para o alto e se, e se, cair no meio do coração de um despreparado sentadinho na platéia, fecho o pano dizendo: "A vida imita a arte". Lugar comum pacas.

Ser comum é bacana. Adoro ser comum. Adoro imitar o que de alguma forma, sentimos todos. Sou um fingidor? No palco. No palco. Trapezista de terceiro sinal e palhaço que adora um aplauso. ( Levanta a mão aí quem não gosta! ) Curtain call. Fecha o pano rápido e vai chorar no camarim, como todo bom palhaço.

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