quarta-feira, 28 de abril de 2010

O Teatro em Mato Grosso do Sul...

Como resultado do incentivo dos festivais, surgiram em Mato Grosso do Sul diversos grupos de teatro, como o GUTAC (Grupo de Teatro Amador Campo-grandense) e o GUTIC, dos quais faziam parte Américo Calheiros, Vanderley Rosa, Maria Cristina Moreira de Oliveira, Hélio de Lima, Joana d’Arc, Rosemary Lamontano. Outros grupos tiveram vida passageira, como os de Valter Rondon e José Carlos Vila.
Em Dourados, como em outras cidades do Estado, o teatro funcionou inicialmente nas escolas, que eram os centros culturais, onde se promovia o desenvolvimento das atividades estéticas.
A Escola Rio Branco, aliada ao Douradense Futebol Clube, comemorou o dia 21 de abril de 1924 com jogos esportivos e um espetáculo de gala no Teatro Palma, onde o grêmio Republicano encenou as comédias PEDRO MALAZARTE, A PROFESSORA, O ENDIABRADO PEDRINHO e AS ALMAS DO OUTRO MUNDO. Na década de trinta, segundo depoimento de Celso Muller do Amaral ao livro Memória da Cultura e da Educação em Mato Grosso do Sul, existiu o grupo de Dona Antonia Capilé, com repertório, que abrangia o drama, a comédia e a tragédia e que viajou a cidades vizinhas.
O percurso e fundador do teatro em Três Lagoas foi Nestor Guimarães, que na década de trinta encenava musicais. Do grupo fazia parte Conceição de Oliveira, uma das primeiras atrizes da cidade. Na década de sessenta, o jornalista Vicente Leão dirigiu um grupo, que ajudou na construção do Cine Lapa.
Irene Marques Alexandria é hoje a figura mais importante do teatro três-lagoense. O teatro da Patota Infantil, fundado por ela em 1974, é pioneiro na representação com bonecos.
Em 1974, é criado o TUD (teatro Universitário de Dourados). A estréia deu-se com a peça O JUMENTO E O CAPATAZ, de Antônio Rodrigues de Oliveira. Os fundadores do TUD foram Wilson Valentim Biasoto, Telma Valle Loro, Ariane Fitipaldi Gonçalves. As outras peças do repertório do TUD foram PIQUINIQUE NO FRONT, de Fernando Arrabal, REFLEXO, de José Luiz Sanfelice e OS VEDENDORES, de José Rdward, encenadas respectivamente em 1974, 1975 e 1976. Lutando contra todo tipo de falta de apoio, sobreviveu durante quatro anos, por obra e graça de seus diretores e atores, que percorriam os gabinetes governamentais a as casas de comércio da cidade, na busca de ajuda financeira para os espetáculos.
Em 1976, foi criado em Aquidauana o Grupo BATACLÃ. Constava de 18 profissionais liberais, que utilizavam como linguagem estética à música e a dublagem. Com a dificuldade de conciliar a vida teatral com a profissional, o grupo, que se apresentou com sucesso não apenas em Aquidauana, mas em várias cidades do estado e do Brasil, dissolveu-se em 1981.
É de Aquidauana o Grupo do CERA (Centro de Educação Rural de Aquidauana) que, sob a direção de Paulo Correa de Oliveira, integra as atividades cênicas na vida social da cidade, através de peças baseadas na realidade social da cidade, através de peças baseadas na realidade sul-mato-grossense.
O professor Luís Eduardo Ramos Borges dirigiu, no início dos anos oitenta, o Grupo de Teatro da Universidade Federal com o qual encenou peças de importância como A PEDREIRA DAS ALMAS, de Dias Gomes e um repertório de Martins Pena. Com a colaboração dos alunos do Curso de Comunicação e Artes, realizou importante pesquisa sobre o teatro em Mato Grosso do Sul, que infelizmente não foi publicada, mas serviu de subsídio para este trabalho.
Em 1979, é criada a Federação Sul-mato-grossense de Teatro Amador, que anualmente realizava, com o patrocínio da Fundação de Cultura, encontros e mostras de teatro em vários municípios, contribuindo para surgimento de muitos grupos de teatro em todo estado.
Aconteceu também a interferência do grande divisor do teatro de Mato Grosso do Sul, “Clovis Levi da Silva” , autor, diretor, teórico, crítico e professor. Primeiro com sua passagem pelo município de Dourados ministrando oficina e fomentando a construção do teatro municipal de Dourados, depois Campo Grande, realizando a maior oficina de interpretação e direção que se tem conhecimento em Mato Grosso do Sul nos meados da década de 90. Hoje podemos dizer o teatro, antes e depois de Clovis Levi.
A partir daí surgiu novos grupos, já com outra metodologia para o teatro. Com o surgimento das leis de incentivo o teatro teve um maior avanço onde já se tinha verba para montagem circulação, surgiram novas associações visando novos caminhos, como a “ACGT” que sonhava para Mato Grosso do Sul uma cooperativa como a CPT em São Paulo, que ficou apenas no sonho descobrimos que não estávamos preparados. Surgiram também fóruns de cultura que para o teatro foi uma grande torre de babel que nada contribui, ao contrario prestou um serviço, pois servia apenas interesse de uma minoria. Hoje estamos com um inúmeros festivais, que atende o interesses dos organizadores, porque ao contrario do futebol que para participar de uma copa se disputa as eliminatórias, no teatro ficamos na mão do senso empírico ou gosto de alguém contratado pelo poder público. Hoje se vê muitos espetáculos engavetados, que não tem pra quem apresentar. Gostaríamos que o teatro tivesse o tratamento de uns anos atrás no “Projeto A rua do Teatro” onde foram contratados todos os grupos inscritos na Fundação de Cultura. E para os festivais, regras claras, ou seja, seleção no palco. Dando oportunidade também ao interior mostrar o seu trabalho. Com essas possibilidades daria sim, para aumentar as possibilidades de um “Cene ganhar de um São Paulo “ e da forma mais coesa, Jogando.

Caso essa não seja a sua visão...não fique magoado! Poste a sua, esse espaço existe pra isso.



Fonte: http://www.overmundo.com.br/overblog/o-teatro-em-mato-grosso-do-sul

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